sentada em minha cama olhando para o filme do bob dylan, me enxergo. mais um como eu, mais um que alcança apenas com a forma que pensa e se expressa. mais um artista com a sorte de ser percebido. quanto a mim, estou estagnada. não faço arte agora. as linhas que escrevia passaram a ser palavras, as fotografias perderam espaço para outra melhor e a dança mais uma vez foi adiada. estou presa numa rotina que não me permite ser quem sou e como sou. apenas me faz robô de uma sociedade que não faz a minha; complicada, chata, cheia de angústias e preocupações com as atitudes dos outros e a pensadora que não consegue seguir numa conversa sem questionar cada virgula. estou sendo sugada das coisas mais ricas que tenho por jantares e vinho nos fins de mais uma semana igual. com a mesma pessoa e os mesmos problemas. o mesmo amor maravilhoso. disto não reclamo; apenas afirmo que poderia ser mais enriquecedor se saísse com uma diferente vez ou outra para conversar ou ir ao cinema. preciso sair com pessoas diferentes, que como eu, passam boa parte da vida tentando se descobrir e poder sentir que não estou só nas idéias.
é certo que não estou em meus melhores momentos como aquela que expressa assim me sufocando de todo o tipo de falo que se atrofia.
terça-feira, 29 de junho de 2010
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