terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
I'm in pain actually
sobre a mesa de cabeceira o controle da tv, o livro, os remédios junto à lixa roxa e ele, o celular que não toca. ela talvez nem ligaria para isso não fossem os pesadelos durante a noite de que era perseguida ou de que soltava sangue pela língua. estava perturbada e não queria tomar as gotas mágicas, agora ela não queria mais precisar delas decidindo abandoná-las. um simples telefonema sim, aliviaria sua agonia e traria paz e sorriso ao seu rosto só pelo fato de ouvir a voz daquela moça que vinha com saudosismo e declarações ou simples relatos de suas ocupações. não importava tanto o que seria ouvido, mas o ouvir palavras vindas desta voz rouca e imprevisível. já era esperado o não tocar do telefone, mas ainda assim ela ansiava por ouvir o tremido da bateria sobre a madeira. só isso poderia lhe deixar tranqüila de todo o pavor habitante de suas entranhas. dependia daquilo para respirar ou permaneceria em angústia e pânico por tempo indetermidado e desesperado. estava prestes a não mais agüentar e por um fim naquilo.
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