sexta-feira, 29 de outubro de 2010

oh, and it's safe in here?

ela buscava fervorosamente dentro de si aquela resposta que a tiraria de toda a ansiedade por tê-lo. sabia, claro, que ninguém era de ninguém, mas acreditava na comunhão entre duas pessoas, no conhecimento, na compreensão, afinal só podemos nos conhecer ao lado de outra pessoa. ele, por outro lado, passava a maior parte do tempo estudando e quando tinha uma brecha, acabava por ficar na faculdade fumando um ou se distraindo com os amigos. acabava a deixando de lado por mais que não quisesse, ele apenas era alguém disperso em relação a tudo. agora, pela primeira vez, havia descoberto algo que o prendesse: a física quântica que ele engolia a todo tempo que tivesse. fora isso, era um sujeito bastante desligado e deixava a vida o levar ao invés de levar a vida.
sem achar uma saída, a menina apenas chorava para aliviar um pouco seu medo de os dois estarem se perdendo, de novo e o pior de tudo: e se desta vez não mais se encontrassem?
de qualquer forma não adiantava muito ficar pensando ou planejando seus desejos. eles poderiam se realizar ou não e ela já estava até acostumada com a segunda opção apesar de não desistir nunca de tentar fazer com que aquela linda história de amor continuasse tão linda quanto era há algum tempo.
pensava em desistir sim, mas alice era acima de tudo uma guerreira. ela lutava até o fim no que acreditava valer a pena e o amor decididamente valia a pena, especialmente para alguém que nunca havia amado antes. era seu primeiro amor e ela queria que fosse eterno.
daniel não entendia a dimensão daquilo tudo, até conseguia entender que talvez estivesse a deixando meio de lado, mas não percebia todo o sofrimento que aquilo causava à sua princesa encantada. para ele, nada iria mudar o que sentia, ainda que se perdessem, o amor era capaz de tudo, até mesmo de permanecer entre dois seres que não mais se reconheciam. e ainda era cedo para pensar nisto. mesmo estando mais ausente nos últimos tempos, ele ainda a amava da mesma forma o até mais pois ela o encantava com sua constante mudança para melhor.

dois lados diferentes e um tanto incompreendidos resistirão a tanta distância? ou será que alguma coisa irá finalmente mudar esta história?

Um comentário:

Ta disse...

Pois bem... Acho que o amor só dura quando é cultivado, não por um só,
mas constantemente. É como qualquer flor do jardim, delicado e
sensível.
E digo mais; distância é sofrimento, é o bicho que come a flor...