acordou tarde com aquela mesma sensação de peso, como se o chão puxasse seu corpo para baixo teimando em não a deixar levantar da cama. olhou pros lados, viu o movimento, se sentiu mais uma vez incomodada por ainda estar deitada enquanto todos já faziam suas coisas. sentiu a falta de acordar com quem havia dormido e há tempos já estava na rua, trabalhando. fitou o teto por alguns minutos, pensou em continuar deitada pois não tinha bem o que fazer. um tempo inerte e a ação em levantar-se e dobrar a coberta. o desejo de não estar tão só aumentou e uma pequena angústia começou a brotar no canto do peito. ah... como ela queria que aquela porta se abrisse trazendo-lhe a paz de volta, o alento, o conforto, a tranqüilidade de estar vivendo. sozinha trancada numa casa que não é sua não se parece nada com vida, ainda que se possa escrever sobre isso. ela ansiava pela volta do seu amor para conversarem sobre tudo o que a sufocava e chegava aos teus ouvidos de forma clara, leve, como se nunca estivesse havido peso. precisava encostar seu coração no dela, sentir todo aquele afeto que lhe faltava de forma tão pulsante e o que ela mais gostava em n(amor)o era justamente isso: o poder de sentir-se voando apenas na presença do objeto.
e assim, permaneceu. amuada, encolhida entre as almofadas e o tapete na constante espera dela, sempre ela...
sábado, 20 de novembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário