ele chegou lindo, repleto de espuma salgada e doce, luzes coloridas e uma brisa embalada ao som de música cubana. seguiu realizando pelos primeiros meses até estagnar e aparentar só mais um, como qualquer outro. nada de especial acontecia, nenhuma tragédia ou comédia, apenas os dias nascendo e morrendo com a correria de levar e deixar crianças na escola. e de tão rápido, passou. com poucas mudanças como o abandono daquilo que tanto me explorava, a loucura de me perder no dia do aniversário de outra e o maior dos cortes depois. a instabilidade e medo da perda por algum tempo enlouquecendo cada nervo acompanhada das eternas gotas do que me é imbatível e precisa parar de ser. encontros intermináveis com a lindinha e a maria e declarações repetitivas da pequena que só quer ser amada como qualquer ser humano. durante o inferno, um passeio de bote no lago me colocando dentro de telas tão conhecidas e temidas, revistas por vários anos e deliciadas em cada segundo do percurso percorrido absolutamente entorpecida. por fim, uma noite de profundo encontro com aqueles que estavam ausentes e a decisão de enfim parar com tudo aquilo que me faz fugir de mim. pelo menos por enquanto... e que venha o onze!
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
domingo, 19 de dezembro de 2010
I'll stop later
dezembro, o último
o caregado, o cansado, o mais indesejado
aquele que a gente fica esperando terminar a cada nascer de sol
é hora de fazer balanços e reencontrar escolhas complicadas
o inferno-astral segue como purgatório
denso claro, mas acompanhado de maravilhosos acontecimentos
dias sim, dias não, acordo presa à minha angústia
e durmo de novo para o tempo passar mais rápido
as adoráveis noites infelizmente mais curtas
cobertas por nuvens prestes a derramar gotinhas eternas
me fecham em si e eu posso agradecer sua chegada
é o momento dos reflexos de quem fui hoje, este ano, esta fase
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
you're in it right now, aren't you?
vc chegou, mais uma vez. parou o carro enquanto eu descia e me esperou para abrir um sorriso brilhante quando me visse. e abriu. os olhos igualmente iluminados me diziam o quanto estava feliz em me encontrar. fomos ao shopping fazer compras de natal e pela primeira vez na vida eu olhei para a árvore e não me senti chateada, em nenhum sentido. pude enfim desengasgar a garganta falando tudo o que me afligia enquanto vc soltava contos de uma semana pré-verão cheia de conquistas e desafios. rimos muito e nos encaixamos. melhor que qualquer outro. mais tarde, o calor da sua pele mais macia e o contato de nossas mucosas úmidas. língua, lábios, dentes, mãos... e eu te abracei. dormirmos para que no dia seguinte pudéssemos nos aventurar novamente. desta vez, cercadas por mais gente.
vc me surpreendeu. esteve plenamente feliz na companhia de suas princesas e amigos sem precisar de exageros. dançou, encantou e conseguiu deixar duas meninas babando ao ouvir suas piadas. em mais uma noite, foi acalentada e pôde dormir profundamente relaxada, descansada de tudo que te estressava um dia antes.
hoje já acordou na correria, mas como sempre, arrumou um tempo para sentir todo o amor que tem e recebe. me deitou no ombro, me cobriu de beijos e disse toda derretida o quanto apreciava tudo o que eu trazia. na despedida, lágrimas de gratidão brotaram dos meus olhos e eu pude enfim sentir que não existe paranóia que substitua isso. meu peito agora habita a paz.
domingo, 12 de dezembro de 2010
that's all right, it's like having friends
esqueça todo o desencanto que sentiu outrora
pense que são simplesmente os famosos zonzóbulos
saiba que sua mente é capaz de criar coisas que te enlouquecem
pare para perceber tudo que é lhe dado, a cada encontro
não reclame daquilo inventado pela sua complexidade
hesite sempre que surgir uma idéia de fim
busque a união e nunca o problema aparentemente sem solução
largue essas paranóias tolas e fixas perturbadoras de uma mente complicada
jogue minhas mãos para o céu
e agradeça no caso tendo alguém que está comigo
não dê importância àquilo que falta
se apegue à presença e jamais à ausência
pense que são simplesmente os famosos zonzóbulos
saiba que sua mente é capaz de criar coisas que te enlouquecem
pare para perceber tudo que é lhe dado, a cada encontro
não reclame daquilo inventado pela sua complexidade
hesite sempre que surgir uma idéia de fim
busque a união e nunca o problema aparentemente sem solução
largue essas paranóias tolas e fixas perturbadoras de uma mente complicada
jogue minhas mãos para o céu
e agradeça no caso tendo alguém que está comigo
não dê importância àquilo que falta
se apegue à presença e jamais à ausência
sábado, 11 de dezembro de 2010
I think you should spend more time with them
- por que?
- porque é o que vc gosta, sua paixão, é o que te move de verdade.
- vc acha? me move?
- por que vc acha que gosta tanto de escrever? porque vc pensa demais. quando vc coloca seus pensamentos pra fora, vc fica mais aliviada, não fica?
- fico. às vezes até substitui o rivotril.
- então, cara! Luisa, escreve. além de te fazer bem agora que sua cabeça está cheia de paranóias, é aonde está sua vocação. imagina se vc se torna uma roteirista?
- mas é exatamente isso que eu quero... É ISSO o que eu quero.
- então escreve.
- mas eu não consigo sair da cabeça e ir pro papel.
- vc tem o caderninho lá do lado... escreve!
vou parar de pensar tanto para escrever bonito. vou simplesmente deixar que meus pensamentos tomem forma sem tocá-los. estava muito tensa, pensando em tomar rivotril quando comecei a escrever este diálogo. bem mais calma e clara, poderei voltar a assistir "cartas para Julieta".
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
I don't love you anymore, goodbye
foi ontem, num momento de contato intenso que ela teve a sensação estranha de não mais amar como antes. lembrou até da cena de 'closer' em que alice ayres na cama do hotel diz a daniel que não o ama. mas assim? talvez não... zilhões de coisas têm acontecido para não se sentir ainda o ser mais apaixonado do mundo. as coisas estavam mudando e ela percebia aos poucos a perda da magia encantante necessária a toda relação para manter a chama acesa. já não era de hoje que só ouvia reprovações a seus comportamentos e críticas ao seu jeito de se expressar, as sessões de carinho haviam reduzido bastante desde a última grande crise e ela se indagava repetidamente se é isso mesmo que quer ou se não estava equivocada quando gritava aos quatro ventos ter descoberto a felicidade ao lado do amor. havia se cansado de tanto buscar e agora decidira deixar vir.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
what are you? twelve?
elas começaram assim, se olhando pela janela. a loira de cabelos cacheados esperava pela moça de cabelos negros e compridos que possuía os olhos mais lindos do mundo. essa era Jenny que enxergava em nos cachos de Helena o brilho que iluminava sua escuridão.
começaram a trocar olhares seguidos de palavras doces e curiosas até compartilharem filmes e seriados por muitas madrugadas regados a narguilé e xarope de pêssego. os encontros eram cada vez mais ricos e intensos e uma via na outra um pedaço de si, como alguém que conseguisse compreender-se por outro. interrompidas de viver essa intensidade, escreviam versos que ouviam em sonhos. sempre que acordavam, eles estavam lá.
teu sorriso como lar
me desmancha ao medo
estou em meu mundo a falar
e apenas sinto a alegria em estar
entregavam sempre os bilhetes de afeto até o dia em que os lábios não resistiram. se tocaram lentamente sentindo o ar entrar e sair uma da outra, se encostaram com força buscando o tudo que lhe faltavam e beijaram com sabor a infinidade de sensações que aquelas mucosas lhe traziam; um mergulho bem no fundo do mar.
domingo, 5 de dezembro de 2010
I've seen your heart and it's mine
não há vazio que preencha esse peito pleno de massa grudenta
a gelatina pegajosa está por toda parte roubando meu tédio
me angustiando, agoniando, ansiando pela chegada de alguma paz
rasgando-me em lágrimas e sangue, impregnados sem conseguir sair
busco solução, mas só o que encontro é o frasco mágico junto ao pó
ótima fuga, vôo e viagens às mais diversas dimensões
até aterrissar no mais esburacado asfalto
e me deixar nua de novo, sem vestes ou cobertor que aqueça
ao relento, me entrego estática
permito que venha a noite e o medo, o frio e a dúvida
desisto de lutar sabendo que é tudo em vão, nada muda ainda que esteja tentando
relaxo e simplesmente deixo que venham me alentar lá de onde o sol nunca se põe
a gelatina pegajosa está por toda parte roubando meu tédio
me angustiando, agoniando, ansiando pela chegada de alguma paz
rasgando-me em lágrimas e sangue, impregnados sem conseguir sair
busco solução, mas só o que encontro é o frasco mágico junto ao pó
ótima fuga, vôo e viagens às mais diversas dimensões
até aterrissar no mais esburacado asfalto
e me deixar nua de novo, sem vestes ou cobertor que aqueça
ao relento, me entrego estática
permito que venha a noite e o medo, o frio e a dúvida
desisto de lutar sabendo que é tudo em vão, nada muda ainda que esteja tentando
relaxo e simplesmente deixo que venham me alentar lá de onde o sol nunca se põe
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
I'm just lost, Frankie
não sou nenhum clichê que perde a razão de viver e entra em depressão. eu já estou acostumada com o buraco, com a profundidade dele e com o fato dele ter um certo tipo de... aconchego. nada saudável creio eu, mas confortante quando nada mais parece importar ou merecer qualquer tipo de atenção.
só estou perdida, e poderia dizer de novo, mas quando foi que eu estive achada? naquela noite do dia vinte de junho em que olhei nos olhos teus e vi mais estrelas que haviam no céu? no dia em que percebi meu projeto sendo realizado de uma forma totalmente surreal e ilusória? não. eu nunca estive achada, eu nunca soube o que quis, eu sempre fui aquela adolescente rebelde (tardia) que só sabe o que não quer. e ainda assim, se arrasta, se acomoda ficando com aquilo que mesmo lhe causando prazer e felicidade vez ou outra, a destrói por completo. queima minha luz e me impede de ir mais alto em busca dos meus verdadeiros sonhos. tão distantes daqui.... mas totalmente alcançáveis se eu tivesse a coragem de enfrentar a perda daquele apego doentio e esquisito que me faz companhia.
não adianta pensar em tudo o que está faltando, tampouco ir atrás da vida. o fato é que deixo ser levada pelas coisas que aparecem no meu caminho e com elas, aprendo a viver e superar tantos pedregulhos rochosos, que creço e apareço quem sabe para olhos mais atentos.
só estou perdida, e poderia dizer de novo, mas quando foi que eu estive achada? naquela noite do dia vinte de junho em que olhei nos olhos teus e vi mais estrelas que haviam no céu? no dia em que percebi meu projeto sendo realizado de uma forma totalmente surreal e ilusória? não. eu nunca estive achada, eu nunca soube o que quis, eu sempre fui aquela adolescente rebelde (tardia) que só sabe o que não quer. e ainda assim, se arrasta, se acomoda ficando com aquilo que mesmo lhe causando prazer e felicidade vez ou outra, a destrói por completo. queima minha luz e me impede de ir mais alto em busca dos meus verdadeiros sonhos. tão distantes daqui.... mas totalmente alcançáveis se eu tivesse a coragem de enfrentar a perda daquele apego doentio e esquisito que me faz companhia.
não adianta pensar em tudo o que está faltando, tampouco ir atrás da vida. o fato é que deixo ser levada pelas coisas que aparecem no meu caminho e com elas, aprendo a viver e superar tantos pedregulhos rochosos, que creço e apareço quem sabe para olhos mais atentos.
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