há o fogo queimando minhas costas, há a parede roxa atrás dela, há a preocupação com minha prima querendo morrer e minha enteada internada com infeccção pós-cirurgia. há a saudade do tempo em que eu me sentia realmente amada e admirada por quem não sei mais viver sem. a saudade de abrir o correio e encontrar palavras lindas de um amor mais lindo ainda que só eu vivia. das sextas-feiras que só terminavam nas manhãs de segunda. do brilho encantado que parecia permear nossos encontros sempre deliciosos. da sensação de despencar no paraíso como ela mesma dizia ao deitar em meus braços. da chama alta e ágil que agora se parece mais com brasa encoberta por carvão virgem.
por mais que eu entenda o quão delicado é o momento, ainda existo e sinto dor. preciso de alento, carinho, atenção, paz e amor. me corrói essa ausência de tudo que me preenchia e eu tanto agradecia.
não. não me digas que tenho que entender porque somente quero agora o calor de outrora. não me julgues por não ser capaz de me doar por completo à compreensão e frieza de minhas necessidades. não me jogue na cara tudo o que não preciso ouvir por estar à mercê do que parece bobo. não. há muito além do que se pensa, há todo o universo sendo engolido por um buraco negro lutando desesperadamente para não ser, mas carente de ajuda.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
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