terça-feira, 31 de agosto de 2010

can we please get in and see the movie?

me sinto caída, partida
esfarelada em pó amarelo jogado em terra infértil
coberta por gases entorpecentes que não causam nada além de estranhamento
sugada pelo faro dos bichos que me corroíam outrora

é certo que os gritos não cessarão
e me cansarão, mais uma vez, desesperada pelo teu chão
teu pé que de tão leve, não se deixa incomodar
e continua firme com a fé de que é apenas mais um não

o vermelho sangue que agora cobre minhas unhas, os lábios e corpo
quase me deixa esquecer dos tapetes igualmente vivos lá no tempo torvo
os movimentos bidimensionais, ilusórios, exaustivos
se esforçando para me tirar mais uma vez do sempre substancial hospício onde vivo

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

in our society we feel we must be happy. if we're not, we feel like failures

cansada de me contorcer, me agoniar, me desesperar pela tua falta decido me dar um pouco de destruição, pois nela encontro uma realidade onde tua ausência não me dói mais. é como se em meu peito houvesse agora um formigamento seguido da sensação de paz. não aquela paz saborosa que só vc me traz, mas ainda paz.

tensão danada que me persegue e cresce a cada dia já somando dezoito. dezoito dias de inteira agonia cruzando os pedaços do meu ser tão frágil agora... vc sabe, quando tudo e qualquer coisa tem a capacidade de mexer profundamente com meu eu forte e verdadeiro que nesta fase se deixa tão vulnerável. (até esta velha mania minha de consertar letras fica mais insuportável)

quero poder descansar nos teus braços de algodão, largar-me em lágrimas sem a menor noção do que as causam e sorrir como nunca após o alívio disso tudo.
mas não posso. vc está mais longe que nunca, envolvida com outras coisas e pessoas onde não há espaço para toda a complexidade da minha mente que só sabe por ora, te querer.