quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

how can I be the wrong alice when this is my dream?


sim, entendo. percebo o quanto precisas de tempo, o quanto ele corre e as falhas que larga pelo caminho. sei das coisas que nos deixam assim ou assado, de quando se age de má fé afim de dar preferência a outro que se torne mais urgente, percebo que o efêmero é rei do mundo, mas também sinto. não tenho só uma mente poderosa, meu pulsar é igualmente latente e dono de mim.
se fosse eu desprovida de afetos não saberia tão bem as razões matemáticas de cada vibração e continuidade. somente percebendo e sentindo é que pode-se chegar à grande matéria-prima e seus meios de se tornar produto. não me venham com repressões quanto meu sentimentalismo, é dele onde vêm as grandes explicações e porques.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

I'm in pain actually


sobre a mesa de cabeceira o controle da tv, o livro, os remédios junto à lixa roxa e ele, o celular que não toca. ela talvez nem ligaria para isso não fossem os pesadelos durante a noite de que era perseguida ou de que soltava sangue pela língua. estava perturbada e não queria tomar as gotas mágicas, agora ela não queria mais precisar delas decidindo abandoná-las. um simples telefonema sim, aliviaria sua agonia e traria paz e sorriso ao seu rosto só pelo fato de ouvir a voz daquela moça que vinha com saudosismo e declarações ou simples relatos de suas ocupações. não importava tanto o que seria ouvido, mas o ouvir palavras vindas desta voz rouca e imprevisível. já era esperado o não tocar do telefone, mas ainda assim ela ansiava por ouvir o tremido da bateria sobre a madeira. só isso poderia lhe deixar tranqüila de todo o pavor habitante de suas entranhas. dependia daquilo para respirar ou permaneceria em angústia e pânico por tempo indetermidado e desesperado. estava prestes a não mais agüentar e por um fim naquilo.