sexta-feira, 22 de julho de 2011

you have to be brave, emily!

caminhando lentamente como um pássaro aprendendo a voar pelas largas avenidas tomadas de carros parados no trânsito de sete da noite, Alice, sentindo uma enorme bolha a levitando, recebe o telefonema de Tom, um desses caras largados na vida que por entender a sociedade não quer fazer parte dela. eles cresceram juntos como amigos e amantes e hoje mantinham uma ligação forte. o motivo do chamado era um convite para ir ao novo pub da esquina. Alice topou por um único motivo: havia saído sem vontade na noite anterior e conhecera alguém incrível. logo, poderia acontecer novamente.
às dez em ponto ele toca a campainha e os dois seguem cantando (sempre faziam isso) para o "Irish" acompanhados de alguns cigarros. ao chegarem, a garota percebe grande beleza no local. avista meia dúzia de conhecidos e vai dançar. estava com a maior preguiça só de pensar em flertar com alguém. ela estava feliz e permanecer assim, sentindo a música lhe bastava.
as luzes psicavam no ritmo dos movimentos de seus braçose tudo estava perfeitamente sintonizado. ela já se sentia em outra dimensão com os olhos fechados, quando abre-os por um pequeno instante. logo que voltavam a fechar-se, levam um susto e arregalam-se: Emily havia acabado de chegar. as duas então aproximam-se como ímã e metal. não se desgrudam. continuam beijando sem pronunciar uma palavra por trinta e sete minutos.
- vc sabe quanto eu esperei por isso?
- eu sei o quanto eu esperei por isso né, por favor... vc é tão linda, a menina mais linda do mundo! vc acredita nas pessoas mesmo elas te mostrando que não é para acreditar. vc dá mil chances até a pessoa mostrar isso - une o indicador ao dedão fazendo gesto de "quase nada" - merecedora de todo esse seu encanto. cara, eu tô ficando com a Luna Lovegood!
Alice se belisca constantemente exasperada por perceber que não está em um de seus mais belos sonhos com Emily nos últimos dois anos. sente seu corpo levitar, o espírito trancender e um brilho no rosto que mais parecia efeito de LSD: aquela felicidade transbordante de sorrisos intermináveis. tenta compreender o oceano de coisas incríveis que vem acontecendo desde o meio do ano. como reluzia a menina coberta por um fluxo de energias coloridas. irradiava uma esfera luminosa lilás e conseguia atrair as melhores emoções possíveis (ou impossíveis). sente-se apaixonada como nunca por simplesmente agarrar a oportunidade e vivê-la da mais intensa forma. a cada segundo tudo se tornava cada vez mais delicioso. estava viva, com um pedaço de escudo na mão esquerda e uma varinha mágica na direita.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

you just gotta ignite the light and let it shine



como nunca há a necessidade de escrever. passados dias de intensa atividade social, emocional e racional, paro. me permito sentir a dor de não ter mais para quem ligar quando acordo. fim de relacionamento é a coisa mais bizarra da face da terra. me põe ainda mais pensativa essa coisa de num dia a pessoa ser a mais importante da sua vida e no seguinte já não fazer sequer parte dela. e aí vem todo aquele ritual... apagar mensagens e fotos do celular, tirar a pessoa do seu facebook porque continuar vendo o que ela está fazendo sem poder ter contato é absurdamente torturante, tirar a aliança e acostumar a se ver como só depois de três maravilhosos anos. não é hora de pensar nisso, é hora de olhar para frente e atingir os objetivos o que ajuda bastante. se vc não tem objetivos vc cai mesmo. fica de cama, emagrece, pode adoecer e ficar bastante tempo sem conseguir sorrir. mas eu tenho a sorte de ter no momento um objetivo quase tão forte quanto este amor que estou deixando para trás. doer é inevitável, mas estou dando o meu melhor (e me surpreendendo!) para que o sofrimento não tome conta.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

what always happens... life

fumando seu ultimo cigarro da noite, Tom conversa consigo mesmo tentando diregir tudo o que havia acontecido. o fato de estar mais confiante, mais forte e um pouco desiludido. aquela com que sempre quis se casar precisou de um afastamento causando grande inquietude no cara. decidido a se manter firme por bens maiores, ele decide romper pela primeira vez, com seu grande amor. abdicou dos melhores momentos de sua vida em prol de seu crescimento pessoal. desde novo, eh um romantico a moda antiga do tipo que ainda manda flores, escreve cartas e envia musicas bonitinhas. pela primeira vez em toda a sua vida ele se colocou antes do amor e da doacao com o proximo. prefere olhar para sua realidade e cuidar dela deixando de lado todas essa baboseira de romance.

domingo, 3 de julho de 2011

fantastico

Leticia, perto dos quinze anos descobre um câncer na perna. Teria que amputá-la. Pensa que existem várias pessoas em cadeira de rodas que são felizes, por que ela não poderia ser uma sem perna? Os pais procuram outras alternativas e conseguem uma cirurgia de alto risco que pode salvar a perna da filha. Operam-na. Ao acordar, leva a mão à perna e sente que ela continua lá. Segue com a quimioterapia, realiza seu sonho de festa de 15 anos dando muita força aos pais durante toda a doenca dizendo ser apenas uma coisa chata que vai passar. Ela sorri muito, e mesmo com o lenço na cabeça e sem sobrancelhas, é linda.


ok... como não admirar/invejar uma pessoa assim?
quisera eu ter metade da fé dessa menina... quisera eu manter o sorriso no rosto apesar de tudo... sentir que tudo vai ficar bem independente de qualquer coisa.
e mais uma vez o pensamento de que a dor pode ser inevitável, mas o sofrimento também pode ser opcional.