sábado, 31 de maio de 2008

dream or nightmare?

seu corpo estava ferido
havia sangue por trás do ombros e nas pernas
ela mancava, mas apenas o peito falhava
não era simples ou fácil de entender

ela falava o que lhe acontecera
que fora abusada e espancada
imcompreendida e desesperada
mãe e homem achavam que a menina inventava histórias

chorando baixo na cama do hospital
alice ouve uma voz interna
enxerga sobre sua cabeça um mar de ondas lilases
"vc pertence a meu mundo, deixe isso tudo e venha"

sem saber no pensamento
sentia todo seu pequeno ser envolto por um veludo
quando percebeu, já estava no grande mar roxo
"mas... por que n.."

as palavras não saiam
algo que ela não notava a calava
e uma sensação de paz e alento se eternizava
alice finalmente estava livre daquela realidade bizarra

quinta-feira, 29 de maio de 2008

encontros

de volta ao ócio
e o medo da depressão
história é fato
acreditar na ação é ululante

teve também aquela noite vendo o lago e as estrelas
terça-feira
com vinho tinto e minha gêmea de alma
sabe quando a gente anda na rua e o mundo é um quadro branco?
mundo pequeno para nossos olhos
olhos gigantes para nossas almas

sempre apaixonando pelo que se vê
e toca o etéreo
abre o peito e a mente
faz nascer o (des)conhecimento

pessoas assim, a gente não encontra no dia-a-dia do trabalho
essas pegam a gente quando tudo parece ruim
ou entediante demais
e quando a gente percebe, encontrou mais uma irmã que não entende muito como essa terra funciona
mas entrega, cede e vive
intensamente.

há ainda aquelas que deixam marcas
olheiras de tanto olhar pra janela do msn
ou mesmo uma semana inteira salva
graças às meninas-superpoderosas, às fadas-bruxas, e às afins de ser e escrever


*lindas palavras hoje de manhã de quem realmente me sabe

segunda-feira, 26 de maio de 2008

fallen and broken

só uma coisa me entristece de verdade...
monografia é uma vez na vida

demissões acontecem sempre.

e eu nunca mais vou ver minha amiga de infância defendendo com louvor um estudo lindo e sendo admirada por todos presentes.

(não podia ter sido por telefone, amada chefa?)

sexta-feira, 23 de maio de 2008

último romance

como quero voltar no tempo
agora, há exatamente três anos atrás
quando o amor me procurava
e eu o esnobava, arrogante

por que com 22 anos as coisas parecem não ser importantes?
por que aos 25 o arrependimento me cerca por todos os lados?
por que eu não enxergava o que estava na minha cara?
por que não vejo o quanto sou cega dizendo isto?

amor amor amor
poderoso maior que tudo
me leva de volta para quando me queria
me tira esta dor de ter lhe virado as costas

apague de minhas veias neurais imagens tão preciosas
arranque de meu peito frio a saudade desmerecida
escalpele de meus poros desejo urgente ao aperto
e por fim, despregue de meu espírito cicatrizes que insistem em ser eternas


será mesmo que aqueles que nos amam nunca nos deixam de verdade?

a vida é uma luta
e eu tô cansada.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

cama

vc veio, me beijou com os olhos por tantas vezes
até (finalmente!) a boca
e cada cantinho dos meus poros...
mexeu com meus cinco corpos em uma só noite
penetrou minh'alma
tomou toda energia que guardava
me tirou o ácido e o gosto bom da paz do não sentir
e uma mistura de desejo e intensa agonia foi lançada pela boca
saindo das profundezas do meu mais temido ser

agora, quando tudo é lembrança
e a imunidade se foi por completo
água, muco e antivida me acompanham
na fragilidade em que me encontro
a saudade invade comendo tudo
volto a perceber o desagradável lado de estar só





*queria de volta quem cuidava de mim quando tava de cama :'(

sexta-feira, 16 de maio de 2008

be welcome!

cause when you look inside me
when I touch your skin
and feel, with my full heart, all my self wishing
only wishing you
to stay by my side, so we can go through the most amazing percepcions...
and that we just
fix.


kiss
kiss
come
belong

oh my god!! o__o
I can't believe it!



candles will burn a lot from now.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

vinho

em dias de muita paz, céu, lago e verde, meus nódulos se dissolvem, e durmo tranqüila
perseguida por olhos cada vez mais puxados me levando à insanidade de não agir mais coerente
ardo levemente no frio que chega radiante
(i)radiando.

e na companhia (preciosa!) do virtual
encontro tudo
de paixão à amizade
afinidade e razão

hoje eu só quero esquecer...
:
feliz é o destino do inocente, esquecido pelo mundo que ele se esqueceu. brilho eterno de uma mente sem lembranças. cada oração aceita, cada desejo resignado.

e... abençoados os que esquecem, pois aproveitam até mesmo seus equívocos. Nietzsche \o/


*red wine, eternal sunshine and a lot of pain

segunda-feira, 12 de maio de 2008

vermelho

uma vez que se sai da rotina simples e curta de cada dia, as coisas parecem ter um brilho maior.
ainda que seja para visitar um lar.
casa esta, que recebe com violeta, verde-água e muita agitação mais no fundo..

desta vez, jenny não se mostra como mendiga; tem as unhas vermelhas, os cabelos arrumados e veste roupas levemente sofisticadas.
a posição continua a mesma: esparramada no banco roxo apoiando uma folha e segurando uma caneta enfurecidamente, que corre.

- pode-se sentar em uma lanchonete e não consumir nada, para escrever?
- se vc não entrar no estabelecimento, pode. é como lá no banco, que qualquer ser pode ficar antes dos portais.
-
ha... as pessoas constroem portais e eu quem sou a doida.
- todomundomuda quando passa das catracas... até vc. e eu.
- é, eu sei. tenho medo desses serviços públicos.
- mas é só mais um degrau, fia. vc sabe disso também.
rs


a relatividade é um dos deuses mais lindos... ceder é mesmo se abrir! e como! tão cega eu era..!
chega a ser assustador como absoutamente tudo depende do foco. é possível ser feliz e infeliz em qualquer situação a gente quem escolhe o olhar mais feio.

.
.
eu vivo num mundo neón, onde coisas são difusas e estão em contato direto entre si. a comunicação é fluida, basta querer fazê-la. o todo corresponde ao um, e aceita, cede a ele.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

violeta

é assim...
todos os músculos se contraem, vc começa a tremer quando percebe que a cadeira está tremendo junto.
sente medo de nunca mais parar, de parar, de tentar fazer alguma coisa, de não tentar fazer alguma coisa.
aí, vem aquele desesperador movimento qualquer (pode ser um grito, balançar os braços, colocar as mãos no rosto...) querendo simplesmente sentir outra coisa que não aquilo.
a sensação de vulnerabilidade a cada mínimo instante. como se tudo pudesse explodir.


ainda assim, me perguntam porquê eu não páro de tomar Rivotril .-.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

porque hoje é 7

- enxergar TODAS as pessoas como IGUAIS (meu maior desafio)

- tratar com abertura SEMPRE cada um que vem ao meu encontro (natureza a ser explorada)

- ficar atenta ao que meninas ao lado fazem quando estou desocupada (pequeno esforço)

- ajudar (e não ficar perguntando...)

- vigiar minhas ações 30 horas por dia (o maior prazer)

- lembrar da Claire enquanto me arrumo (linda demais!)

- mostrar apenas o transparente necessário (ceder também pode ser abrir)


*tarefa para os próximos meses da minha vida, diariamente.




gratas surpresas de pessoas que andavam distantes
pessoas que se unem cada vez mais
e pessoas que ainda me surpreendem.

sempre... as pessoas o/

segunda-feira, 5 de maio de 2008

dia de folgaaaaa

hoje resolvi me dar o ocioso prazer de passar a tarde conversando e olhando os pássaros e o paraíso, no lugar mais incrível dessa ilha. uma subdivisão dela, só que com concentração de fantasias e cores ainda maior; o céu, de azul e branco, passou pelo aspecto aveludado do roxo alaranjado para o vermelho sangue, até chegar a tingir as nuves de marrom (sim, marrom!) e fazer um fundo anil com rasos pontinhos brilhantes aparecendo. todo esse tapete envolvendo um verde sem fim com um fundo de canto.

canto piado, deslizado, musicado.
...abre os teus armários, eu estou a te esperar...
um grupo de UnBenses tocava e rasgava os versos angustiadamente belos da poesia de camelo e amarante. inacreditável, visto que em cinco anos de tardes e noites vividas ali, nunca tivesse visto nada parecido. foi como voltar três anos com a sensação de que muita coisa boa foi vivida, e nas palavras da fada-verde: 'a gente tem muita sorte, né Lu?'

e quanta sorte!
todo mundo merece passar pela experiência de fazer parte da UnB, não importa como.
é tão rico de tudo, meu deus. realmente, é todo um universo que se consegue viver em um dia, uma semana, um ano. mas é particularmente único o fato de esperar dar a hora da aula sentada numa roda embaixo da sombra dos guapus vendo as mais diversas espécies de aves e o céu se auto-colorindo, indo e vindo dos mais distantes lugares de si, do outro, do dia.
parece que lá, o extraordinário está sempre por acontecer... e vc nunca sabe qual vai ser o próximo.

obrigada, deusa!


*e eu vou ascender três velas essa sexta. sem falta.

domingo, 4 de maio de 2008

onde se exp...

engraçado como as coisas são. a gente pensa na idéia de ter um tempo para parar na correria do dia-a-dia, coloca um nome por isso, e quando vê, a coisa é justamente para não parar. não deixar parado.

as idéias, as mãos, o teclado, o toque, a sensação, a mente, a paixão, a vida... que se deixa, por precisar focar o outro, e viver o outro, os outros. inferno não, mas eles afastam a gente do nosso poder.
"não existe o bem e o mal. o que existe é o poder, e os fracos que favorecem o poder dos fortes."
e se tem uma coisa que eu não sou, é fraca...
o quê pode estar acima de mim e da minha vida?

o outro.

meu eterno paradoxo.
o que é minha vida senão o outro que me completa? o ambiente, a pessoa, o céu, a flor, a música, o filme, a escrita, o dia. o outro que desperta todos esses sentidos (além dos seis), e faz com que eu cresça e me apodere de (quase) tudo?

é muito fácil enxergar como o de fora enriquece o de dentro.
são as outras pessoas que fazem com que nos superemos,
uma vez que penetraram os mais arraigados escudos.

*be excellent to each other

then, you'll see how high you can jump!

sábado, 3 de maio de 2008

há tempos

já fazem alguns muitos que não escrevo, mas sinto uma falta urgente.

ontem, depois de trabalhar no feriado e precisando vir hoje, minha chefa quis tirar minha folga.
pela primeira vez, eu vi o veneno desta tão amada escorpiana que eu tenho como a única aceitável para obedecer.
calada, choro, onça, atendimentos medonhos e olhares de ódio para no fim do expediente, ela dizer que vai me dar a folga sim. pra que ter me deixado TÃO mal então? eu pensei em desistir for the very first time!

existe uma coisa muito inédita na minha vida agora. têm a recepção das 14 mulheres, o céu de Brasília visto do alto, o vidro de Rivotril (que eu juro que os duendes pegaram da minha bolsa e deixaram embaixo do balcão!) perdido, a falta de grandes paixões, a dedicação a algo que sempre lutei contra, a inserção sem desculpas no mundo capitalista, o ausência de pessoas inteligentes como eu.

agora, o que eu achava que já conhecia, mas me era totalmente negado até então, é o stress. não que eu já não esquente a cabeça com tudo, mas dores musculares fortes no peito e no braço esquerdo me eram coisas tão distantes...

... pelo menos a chefa enxerga quando tá pegando pesado com a doidinha aqui e a vê pingando gotas num copinho de café.


*e que o universo inteiro aponte para todo desejo acontecer